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terça-feira, 8 de março de 2011

Colégio Leopoldinense, III-Encontro de ex-Alunos

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Junho, 1987

Para mim ele será sempre “Colégio Leopoldinense”. Qual tatuagem indelével em meu córtex cerebral, dentre minha recordações mais gratas, um certo dia de fevereiro de 1950, quando pela primeira vez enverguei aquela camiseta branca com a divisa “Colégio Leopoldinense” bordada em curva azul sobre o peito.

Dia da estréia, também da minha primeira calça comprida. O brim caqui engomadinho! Como eu me orgulhava daquele uniforme!

Meu primeiro dia de aula, onze anos incompletos, uma talvez segunda-feira estratificada na memória! Nós morávamos na roça. Levantei-me muito cedo, preparei meu cavalinho castanho, vesti-me, passei um inútil “gumex” no cabelo espetado e galopei sete quilômetros em direção à “aula das seis e cinquenta”.

Nem de longe supunha que o estrépito das ferraduras no cascalho da estrada Rio/Bahia me anunciava a chegada dos grandes amigos da minha vida: mestres e colegas do Colégio Leopoldinense. Deus lhe pague, cavalinho “Guarany”.

A primeira lição foi de português, na sala 3, com nossa querida Dona Judith. Professora exemplar, toda dedicação. Carinho e bondade até quando se impunha a bronca.
Pena que meus adjetivos de consistência módica não se compadeçam com a justiça devida a mestres como Da. Judith, Da. Belinha, Da. Olimpinha, Joaquim Guedes Machado (a um tempo rigor e ternura), Padre José Ribeiro Leitão (Jurista e filósofo, meu enorme apreço), João Batista Alvim, Professor Moura (Poeta contaminador de sonhos, bom gosto e ritmo), Pedro da Cruz Pereira, Padre José, Geraldo Bertochi, Oíliam José, Átila e Geraldo de Vasconcelos Barcellos (influência estética para a qual nos faltou engenho e arte).

Sim, esse III Encontro foi mais um ato de reconciliação com os bons tempos. Somos todos gratos aos organizadores. Foram eles que tornaram possível gesto lindo, como o que presenciei, dos ex-alunos da turma de 1946: reuniram-se, na Cotegipe, após o almoço do dia 8 e foram levar um abraço ao mestre Barcellos, em sua residência na Cotegipe. Eram os meninos, Wander José Neder – da Assessoria Jurídica do Banco do Brasil, advogado e historiador, Kênio Souza – dentista, Lídio Bandeira de Mello – artista plástico de projeção internacional e Raul Soares de Souza Lima – médico em Belo Horizonte.
O poeta merece. Todos os nossos mestres merecem. Eles foram, eles são o Ginásio, de ontem e de sempre.
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(Publicada no Jornal Reencontro, de junho de 1987)

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