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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Leopoldina na Lavagem de Dinheiro

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Maio, 2002

Deu no nº1702 da Revista ISTO É, de 15 de maio corrente. A CALFAT, denominação com que desapareceu na década de 90 a velha Cia. Fiação Tecidos Leopoldinense, teria sido usada pelo economista Ricardo Sérgio de Oliveira, para Internação de Dinheiro sem Procedência (Três milhões de dólares), na época depositados na Agência do Banco do Estado de São Paulo nas ilhas Cayman, na denominada Operação Banespa.

Ricardo Sérgio que era membro do Conselho Administrativo da Calfat e teria realizado verdadeira proeza para internar (lavado) aquele dinheiro, descolou compradores internacionais - que segundo a ISTO É, seriam a própria Calfat ou empresas a ela ligadas - para superfaturar títulos podres da obscura e falida indústria numa operação garantida pelo Banespa sob hipoteca do prédio da Fábrica de Leopoldina que, sem valer 1/3 daquela soma exponencial, estaria também hipotecado por dívida de vulto equivalente junto ao BDMG e penhorado em processos trabalhistas em curso na Justiça Trabalhista de Cataguases.

Vale dizer, dívidas e compromissos que ultrapassariam, algumas vezes, o valor do imóvel; e créditos privilegiados que deixariam os dois bancos oficiais sem qualquer garantia efetiva. Não foi por acaso que o BANESPA faliu.

O Procurador da República, Guilherme Schelb, que investiga enriquecimento ilícito do ex-diretor do Banco do Brasil, quer saber agora se aquela verba internada do paraíso fiscal de Cayman, em 1992, era sobra de campanha, eis que Ricardo Sérgio fora o caixa da campanha de José Serra a deputado e se credenciava a levantar fundos para a campanha do mesmo Serra ao Senado e de Fernando Henrique à Presidência, em 1994. A simulação na Operação Banespa se evidenciaria no fato de que Ricardo Sérgio, avalista pessoal da operação, jamais foi executado pelo Banespa apesar da clara inconsistência da garantia hipotecária da Fábrica de Leopoldina.

Diga-se, a propósito, que esse desinteresse do Banespa no processo falimentar da Calfat foi constatado, nos autos da Falência, pelo advogado da Prefeitura de Leopoldina e pelo ex-prefeito, Márcio Freire, quando estiveram em São Paulo, no início de 1997, estudando a situação da Calfat.

Vendo, na ocasião, que o processo de falência seguia negligenciado justamente pelo maior credor, o Banespa, decidiu a Prefeitura de Leopoldina formular um providencial pedido de guarda do prédio da Fábrica à Justiça Trabalhista de Cataguases, requerimento este que foi deferido, constituindo-se no primeiro movimento para a vitoriosa criação do CEDEL, no velho prédio da Companhia de Fiação e Tecidos Leopoldinense, abandonado durante décadas.
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(Publicada no Jornal LEOPOLDINENSE de maio de 2002)

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