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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Voar, poeta

***

Saudade qualquer
flutua imaginosa
nuvens de algodão.
No silêncio cor de rosa
desse terno, desatento
coração.

Que é sem palavras pro vento
sem sustos para o trovão
não tem ouvidos pra chuva
nem alma pra solidão.

Voar
no limiar das coisas santas
e tantas!
Ser poeta por castigo
carregar sempre comigo
ilusões perdidas...
Nem sei quantas!


********
(1965)

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