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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Feijão Cru – Lenda e Monumento

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Maio, 2004

Leopoldina, saída sul da cidade, esquina de Av. Getúlio Vargas com Av. Jehu Pinto de Faria: quando a antiga BR-4 (Rio-Bahia), ainda de saibro, passava dentro da cidade, por volta do início dos anos 50, ficava ali uma guarita de madeira, da Polícia Rodoviária Federal. O local era então conhecido como "Posto Policial".

A BR, entretanto, mudou sua rota (*), a polícia se foi e, do lado oposto à Jéhu Farias, na Getúlio Vargas, apareceu um bar que ficaria famoso, o "Gato Preto". Famoso talvez pelo nome − realmente inspirado − mas que teve vida breve.

O logradouro, entretanto, nunca mais deixou de ser referido como "Gato Preto". Agora, exatamente a propósito dos festejos dos 150 anos da cidade, a Prefeitura ergue no local um monumento à "Lenda do Feijão Cru": uma trempe, um caldeirão suspenso sobre base onde se pode ler, no bronze, o resumo da conhecida história dos caçadores e seu feijão pagão.

Como a grana municipal é módica, pauperis est numerare pecus, ou seja, "quem é pobre conta suas ovelhas", a obra fica longe de ser majestosa. Mas vale pelo que informa às crianças e certamente emprestará ao local sua terceira denominação.

Podemos até especular sobre a escolha do novo nome do lugar, pelo povão:
-"Panelão"? -"Panela de Feijão"? ...
Só temo por um nome e gostaria de não admitir: "Caldeirão do Hulk"! Se isto acontecer procuro, pessoalmente, o Prefeito e peço para ele passar um trator em cima.

Bem a propósito, cabe uma crítica inofensiva e sincera: Se a palavra "revoltados", na placa, pudesse ser substituída por "decepcionados" , acho que ficaria perfeito.
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(*) Até a década de 1950 não existia caminho ou mesmo trilha por onde passa, hoje, a Av. Jehu Pinto de Faria. O espaço, ali, era terreno acidentado, inacessível, da chácara do Orfanato. Aquele acesso providencial à cidade foi obra dispendiosa, realizada pelo DNER, para encurtar o trajeto da BR que − antes do contorno pela Cooperativa de Leite e pelo Trevo para Cataguases – transitava por onde é, hoje, a Rua Nossa Senhora Aparecida, Rua Alan Kardec, Av. Mal. Humberto de Alencar Castelo Branco, Av. Getúlio Vargas e Rua José Peres. Engana-se quem pensa que a Rio-Bahia passava pela Rua Antonio Fernandes Valentim. Jamais passou por ali, embora a estrada existisse para tráfego de pedestres, carros de boi e cavaleiros que, da Boa Sorte, da Constança ou da Onça, demandavam à cidade. Parte da Rua Antonio F. Valentim passava (e passa) por terreno pantanoso, impróprio para o tráfego pesado da BR.
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(Publicado parcialmente no LEOPOLDINENSE de 15 de maio de 2004)

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