YARA

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(Ao colega de Pré-Vestibular e de Calabouço, Joaquim de Melo)

Quis esta sorte, caro poeta amigo

trazer-me aos olhos a mesma paisagem

que a mesma sorte pra seus olhos trouxe,

visão, qual seja, da mesma miragem.

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Levou-me o vento desta nossa sina,

àquele sítio, àquela ribeira,

onde Mãe d'Água, que você não viu,

por mim foi vista pela vez primeira.

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E como é bela, e que pureza encerra,

quem você cuida ser a mãe de todos!

Pois saiba, amigo, que é renúncia à terra:

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A loira d'água, nossa igual vertigem,

Naquela gruta, foge do pecado,

chama-se Yara - e permanece virgem.

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José do Carmo, 1960