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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Papo meio besta

***
-E essa situação da política, hem Compadre, como é que você está vendo a coisa?
-Bom, a bem dizer eu ando meio descorçoado de política, que é uma contrariedade só, mas vejo como todo mundo vê. Uns puxando pra um lado, outros puxando pro outro, e a gente aí no meio do rebuliço sem entender direito o rumo da coisa.
-As pesquisas de opinião vêm dando a candidata do Lula na frente.
-Governo sempre foi governo, não é Compadre. Se perguntar, ninguém é um desatinado de dizer que é contra o governo. O problema é levar fé no que os outros falam. Tem muita gente que falseia no que diz. Ó se tem!
-Sim, mas mesmo considerando que alguns podem mentir, a vantagem dela parece que é grande. Você acha que ela é uma boa candidata?
-Ruim ela não deve ser, não. Com tanta gente achando que ela é boa...
-O problema é que não tem muita gente achando que ela é boa, Compadre. Só uma pessoa acha que ela é boa candidata: o Lula. O número de pessoas que acreditam no que o Lula fala é que é grande. Do outro lado há os que entendem que o Serra, além de ser mais estudado, tem mais experiência na vida pública.
-Agora você falou tudo. Bem preparado ele é. E não é de hoje que ele vem aí nas concorrências. Só vagueia de banda, por aí, umas calúnias dando fé de que ele não é simpático.
-Mas aí empata, porque a Dilma também não é simpática.
-Vai ver o Lula acha que é, uai!
-E em Minas, como fica a coisa? Será que o candidato do governador também ganha?
-Bom, nunca se sabe, né. Tem os que dizem que sim, tem os que dizem que não. Nessa toada...
-O Aécio está confessando, na propaganda do rádio e da TV, que o Anastasia foi quem realmente governou Minas. Chega a referir-se ao próprio governo, dele, como “governo Aécio/Anastasia”. É esquisito, não é? O eleito para o cargo foi ele ou o Anastasia?
-É, mas indo lá e voltando cá, muitas vezes acontece também de um candidato ser eleito pro Senado e mandar outro, que a gente nem dá conta de quem seja, ficar de senador no lugar dele...
-Você está querendo dizer que o concorrente do Anastasia ao governo de Minas, Hélio Costa, aceitou ser ministro e deixou seu suplente no exercício da senatoria, de 2005 até hoje? É isto?
-Não, eu não falei assim! O senador é uma pessoa correta e tinha todo direito de aceitar o ministério. É um homem bom que se não fossem umas mutretas que arrumaram aí – Mas vamos largar isto de mão! – já tinha sido governador de Minas. O que eu falo é que, às vezes, essas coisas acontecem. A encrenca está na lei, na regra do suplente. Os políticos enfiaram aquilo lá como trampolim de barganhar com empresários o financiamento das campanhas deles. Tô te dizendo! Já houve casos do suplente, financiador da campanha, nem era nativo do Estado que ele acabou representando no Senado. Era pau-rolado de outras procedências!
-Não diga, Compadre! Só falta você me dizer que pode, por exemplo, um carioca comprar uma cadeira de senador por Minas e, depois, com o nome feito, ganhar fácil pra deputado federal.
- Ué, pode acontecer. A pessoa toma gosto.
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(Publicada a 26.08.2010 em http://oglobo.globo.com/pais/noblat/mariahelena/)

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