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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Leopoldina é uma Princesa


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Foto: Princesa Leopoldina, Duquesa de Saxe-Cobugo-Gota (Internet)
(Crônica publicada no jornal LEOPOLDINENSE, edição de maio/97)

Maio, 1997

A administração municipal neste ano de 1997, por sua Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer, proporcionou aos leopoldinenses um inesquecível 27 de abril.

Na grande festa da municipalidade, aniversário da emancipação político-administrativa de Leopoldina, completando então 143 anos, fundada que foi aos 27 de Abril de 1854, esteve entre nós Suas Altezas Imperiais, o Príncipe Dom Antonio de Orleans e Bragança (Dom Antonio João Maria de Bourbon Habsburgo Duas Sicílias de Orleans Bragança e Wittelsbach) e seu filho, Dom Pedro Luiz.

Hospedaram-se na Fazenda Niagara, pertencente à família Müller Botelho e, na noite do dia 26, foram recebidos na residência do líder regional, Deputado e Secretário de Estado, Bené Guedes e esposa, Nilma Rennó Guedes, em festivo jantar de boas vindas, do qual participaram também, como convidados, o Prefeito Márcio Freire, o Vice, Darcy Resende e algumas lideranças da cidade.

Na manhã do dia 27, após a formal solenidade cívica em frente à Prefeitura, seguiram os ilustres convidados em cortejo a pé, pela Rua Barão de Cotegipe, Rua Dr. Custódio Junqueira e Gabriel de Andrade, até o Parque de Exposições, aberto ao público para uma festiva recepção.

Para quem valoriza curiosidades históricas, cumpre anotar que D. Antonio e D. Pedro Luiz, que aqui estiveram, descendem em linha direta da Princesa Isabel, a Redentora, e não de sua irmã, a “nossa” Princesa Leopoldina, que emprestou nome ao antigo Arraial do Feijão Cru.

E já que o designativo da cidade nos vincula à corte pelo nome de uma Princesa, não custa conhecer melhor a família Imperial. Os pais da Princesa Leopoldina foram, o Imperador D. Pedro II e sua esposa, D. Thereza Christina de Bourbon. O primeiro filho do casal chamava-se Affonso, mas faleceu com 2 anos de idade; a Princesa Isabel veio a ser a segunda filha do Imperador; D. Leopoldina, a terceira; e Pedro, que também faleceu jovem, o quarto e último.

A Princesa Isabel casou-se com Gastão de Orleans, o Conde D’Eu, que era neto de Luiz Felipe, o 10º Rei de França; e a Princesa Leopoldina, casou-se com Luis Augusto, o Conde de Saxe, irmão de Fernando I, Rei da Bulgária. Portanto, Isabel a filha mais velha, herdaria o trono.

Teve três filhos, a Princesa Isabel: Pedro de Alcântara Orleans e Bragança, que renunciou ao trono, em 30.10.908, e casou-se com outra Isabel, a Condessa de Dobrezenicz, da Boêmia; Luiz de Orleans e Bragança, que se casou com a prima, Maria Pia de Bourbon Sicilia, filha do Conde de Caserta; e Antonio, ferido e morto na 1ª Guerra Mundial.
D. Luiz de Orleans e Bragança assumiu, assim, a herança presuntiva do trono do Brasil. Também ele teve 3 filhos: D. Pedro Henrique, que se casou com a Princesa Da. Maria Elizabeth Wittelsbach, da Baviera; Luiz e Maria Pia.

Dá-se então que o casal D. Pedro Henrique e D. Maria Elizabeth, são os pais de nosso ilustre visitante, D. Antonio e, este, pai de Pedro Luiz, que o acompanhou.

Entre nós o Príncipe D. Antonio revelou-se simpático, culto, participante e muito bem informado da atualidade brasileira. Ao saber do empenho do Prefeito Márcio Freire em criar empregos para a população, manifestou-se pessoalmente receptivo a associar-se a projetos locais (não excluindo, até, envolvimento político), pois gosta de Minas, de nossa inserção histórica, de nosso culto às tradições.

Gostou de ver a comenda da “Imperial Ordem da Rosa” que Lília Arantes ostentava. -“É autêntica”, disse ele. Trata-se de uma distinção de ordem honorífica criada por D. Pedro I para assinalar a chegada ao Rio de sua segunda esposa, Da. Amélia Napoleão de Listenberg, sobrinha-neta do Bonaparte.

Moça lindíssima, trajava no momento do desembarque um onírico vestido cor de rosa. D. Pedro I, amante histórico, ao vê-la deixar o navio e acomodar-se, graciosa, no escaler que a levaria ao porto, apaixonou-se à primeira vista. Aquilo merecia insígnia imperial! A encomenda foi dirigida a Jean Baptiste Debret, o mesmo que desenhou a bandeira nacional: uma rosa estilizada, de seis pétalas, cingindo a letra “A” (de Amélia) entrelaçada ao “P” (de Pedro), ornadas pela divisa, “Amor e Fidelidade”.

A honraria seria destinada a quem demonstrasse amor e fidelidade à Coroa. No caso de nossa amiga Lília Arantes, a comenda pertenceu-lhe ao bisavô, José Wenceslau Arantes.

Bons momentos, bela comemoração. Depois, como diria o Beatle John Lennon, o sonho acabou. Ficou, entretanto, mais amena a realidade desta terrinha feliz com suas heranças, sua história e seu povo bom.

Gratas saudações aos augustos visitantes, parabéns ao Bené Guedes e à Nilma pela fidalga recepção a suas Altezas Imperiais, ao prefeito Márcio Freire, por seu ímpeto construtivo, que é pura paixão leopoldinense. Aplausos também para o Serginho França, por seu bom trabalho na Secretaria de Turismo.

Leopoldina é uma Princesa.
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(Publicada na Gazeta de Leopoldina de maio de 1997)

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