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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Aos Cuidados do Mar

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Vê, caminheiro, como te servem amigas estas flores,
Amarelas, vivas, furta-cores,
Olores de madrugada no rigor da estrada.
Erga teus olhos desvanecidos
E não te abstenhas
De reverenciá-las com um sorriso.
Esquece tua noite,
Aplaca a frustração cabisbaixa
Dos teus olhos aflitos.
Espera o dia, ó trôpego carregador de sonhos,
Em que as flores prevalecerão.
Nuvens negras desertarão o azul
E uma possibilidade de primavera inquietará
A invernia dos tristes.
Numa ilha ideal que os passarinhos elegeram
Um poeta demenciado
Sepultará na areia, aos cuidados do mar
Fragmentos roídos de penas e malfados.


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