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O LEOPOLDINENSE comemora seu quarto ano de circulação ininterrupta. Em agosto do ano de 2004 ganhava as ruas de Leopoldina este pequeno órgão de imprensa portador de um ideal tão simples quanto penoso de conduzir: Ser “a consciência crítica da cidade”, na feliz elocução do jornalista José Barroso Junqueira.
De fato, existe um preço a ser pago pela verdade dita em público, porque são comuns os interesses contrários à verdade. Todo jornalista sabe que no âmago de algumas notícias aparentemente singelas pode estar instalada a subterrânea conveniência de seu silêncio.
Não obstante, uma imprensa livre é viga mestra do regime democrático.
Em discurso proferido a 17 de maio de 2005, no 8º Congresso Brasileiro do Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas, organizado pela Mega Brasil Comunicação, o presidente do Grupo Abril, Roberto Civita, fez algumas reflexões de permanente atualidade.
Lembrou que a multiplicidade de vozes necessárias a garantir e a fortalecer a democracia só pode existir numa sociedade em que a liberdade de imprensa seja assegurada, na qual a entrada seja franqueada a quem se habilitar, na qual a concorrência em todas as frentes gere publicidade que feche o círculo virtuoso de viabilizar a existência de múltiplos meios de comunicação.
Embora existam jornais, revistas, televisões e rádios sem qualquer preocupação com padrões de ética e qualidade, e apesar do ainda péssimo nível geral da educação em nosso país, tudo indica que o público acaba preferindo o conteúdo de melhor qualidade, tanto eletrônico quanto impresso.
Isto porque o povo não é bobo e também porque há um outro círculo virtuoso em ação: à medida que se eleva o nível de uma publicação, à medida que se produzam reportagens e matérias mais inteligentes, bem pesquisadas, claras e mais bem apresentadas, o público passa a gostar e exigir mais disso e a valorizar os veículos que os fornecem.
Um meio de comunicação que mereça este nome, não pode estar subordinado a interesses políticos e partidários ocultos. Não pode aceitar que tutela política substitua seu próprio autocontrole, auto-regulamentação e compromisso com a sociedade.
Não referindo aí, apenas, ao jornalismo político e econômico, porque o público também se interessa por outras coisas como astronomia, história, filosofia, e até por seus amores, empregos, fantasias, saúde, férias e por pessoas – especialmente se forem celebridades.
Num mundo cada vez mais interligado e complexo, com cada vez mais informação disponível em todas as frentes, 24 horas por dia, a tarefa do jornal passa a ser separar o relevante do não relevante, selecionar o que mais interessa e mais importa, tentar organizar e explicar o que tudo isso significa para um público com muitas alternativas de diversão, muitos interesses, e cada vez menos tempo.
Sobretudo, deve o Jornal procurar não ser chato, dogmático, lembrando sempre que uma de suas principais funções é fazer o importante ficar interessante.
Deve o meio de informação ser uma força que ajude a compreender o mundo, que ajude a construir uma sociedade mais justa, a defender a comunidade e a levar seus utilizadores a viver melhor.
Esta haveria de ser, para Civita, uma das mais fascinantes, desafiadoras, gratificantes e divertidas atividades que existem.
Nós, aqui no LEOPOLDINENSE, também temos tido a honra de viver plenamente esse desafio e essa alegria há quatro anos, dotando Leopoldina de um Jornal regular, honesto, consciente de sua responsabilidade e de seus compromissos com o leitor - acima dos interesses e das paixões.
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(Publicada no LEOPOLDINENSE de 31 agosto de 2004)
sexta-feira, 2 de julho de 2010
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