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Maio, 2004
Vamos salvar a Casa de Caridade Leopoldinense. Chega de briga, chega de processos, chega de maledicência. O velho Hospital merece nosso bom senso!
Lembremos que a república ainda nem havia completado cinco anos, em setembro de 1894, quando os médicos Joaquim Custódio Guimarães Júnior e Joaquim Antonio Dutra, votaram a Lei Municipal nº24/1894, que destinava fundos do orçamento daquele ano (20 contos de réis) e do ano seguinte, de 1895 (10 contos de réis), para criação de um Hospital. Era presidente da Câmara, portanto Chefe do Executivo Municipal (equivalente, hoje, a Prefeito), o Sr. Lucas Augusto Monteiro de Castro.
Dois anos depois, a 03/08/1896, com ajuda de Gabriel de Almeida Magalhães, Octávio Ottoni e Lucas Augusto, inaugurou-se a Casa de Caridade Leopoldinense num prédio residencial da (atual) Rua Manoel Lobato.
O primeiro Presidente do Hospital (cargo depois denominado Provedor), foi o Tenente-Coronel Manoel Lobato Monteiro Galvão de São Martinho (Vice-presidente da Câmara Municipal), e o primeiro Vice-Presidente do Hospital, o médico Joaquim Antonio Dutra, naquele ano Presidente da Câmara, Chefe do Executivo Municipal, enfim, o Prefeito da cidade. Vejam, portanto, que nossa Casa de Caridade Leopoldinense nasceu dentro da Câmara Municipal de Leopoldina, pelo que a Câmara tem responsabilidade história sobre ela.
Chega de “disse que disse”! Ninguém tem culpa dos problemas do Hospital! Os médicos não têm culpa, o ex-provedor, Jayme Guida, não tem culpa. O José Valverde não tem culpa. O Prefeito Zé Roberto também não tem culpa de nada. Todos são homens honrados, trabalhadores, honestos, cidadãos e chefes de família exemplares.
Jayme Guida cumpriu com lisura seu papel de Substituto Estatutário e José Valverde volta disposto a seguir dando o melhor de si para a C.C.L. Quanto ao Sr. Prefeito, admitamos que o Município é pobre, o dinheiro da Saúde é curto e, dentro das limitações existentes, Prefeitos e Secretários de Saúde sempre buscam suprir o essencial segundo seus critérios pessoais de eqüidade.
Não existem desonestos nem desonestidades nessa história toda. Esqueçamos o passado, as picuinhas os diálogos de surdos. O Hospital precisa da união de todos. Quando ele funciona mal, são os pobrezinhos, dependentes de atendimento gratuito, os que mais padecem. Sejamos solidários com a dor desses nossos irmãos.
Com alguns anos de vivência do problema, tenho manifestado entendimento de que o Hospital deva ser “municipalizado”... Nem é preciso que isto ocorra no sentido estritamente formal, legal, estatutário, podendo ocorrer (apenas) em sentido prático. Basta que os Srs. Vereadores integrem o Supremo Conselho da Casa de Caridade. Que a Municipalidade “assuma”, por esta forma, o Hospital: permitam, os Srs.Vereadores, à Casa de Caridade Leopoldinense um providencial regressão ao útero materno, a Câmara.
Que cada vereador aceite, agora, o convite do Provedor para tornar-se Conselheiro do Hospital. Compondo o Supremo Conselho da instituição, nossa edilidade estará assumindo, extensivamente, mais um munus decisivo em favor do povo que a elegeu!
Que a Câmara Municipal - onde hoje o Sr. Prefeito tem maioria - e que, em agosto de 1896, deu a Leopoldina um Hospital, no próximo agosto de 2004, já o tenha sob sua franca condução, através da presença do Legislativo Municipal no Supremo Conselho da Instituição, em nome da paz, da saúde e da tranqüilidade de todos os Leopoldinenses.
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(Publicada no jornal LEOPOLDINENSE de maio de 2004)
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