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Agosto, 2008
Amigo leitor. Com esta edição, de número 114, o jornal LEOPOLDINENSE entra no sexto ano de sua existência. Rompemos estes seis anos superando as dificuldades naturais de se fazer imprensa numa Leopoldina pequena que, econômica e populacionalmente, ainda se dá ao capricho infausto de diminuir de tamanho - já tivemos 55 mil habitantes, hoje estamos com menos de 50 mil; já tivemos uma fábrica de tecidos que empregava “um bairro”, ultimamente a cidade vem absorvendo os golpes baixos de industriais alienígenas, experts do trambique bancário - mas, com a parceria e a compreensão dos médios e pequenos, porém honestos empreendedores desta terra, vamos tocando o barco com apoio na mão amiga de nossos anunciantes e assinantes.
Julgamo-nos vitoriosos. Leopoldina conta hoje com um bom jornal. Nosso público, entretanto, como em qualquer cidade do interior, possui uma certa independência da mídia local. É também muito crítico em relação a ela. As pessoas conhecem os fatos noticiados e, com as fontes do jornal, concorrem redes transversais de informação que não estão restritas à palavra escrita. Isto faz dos nossos leitores pessoas já informadas de grande parte do conteúdo do jornal, participativo e exigente quanto à realidade que lhe trazemos. Nosso leitor dispõe de referências para confirmação dos fatos. E, mais: ele conhece os atores em cena, seus vínculos políticos e intenções. O leitor é quase parte nos acontecimentos que o jornal relata.
Um meio de comunicação como este tem, pois, que atuar de maneira responsável e ética se pretende desfrutar de credibilidade. Outro não tem sido nosso posicionamento. O LEOPOLDINENSE não é jornal que tenha um dono a servir. Ao contrário, é uma tribuna aberta a todas as correntes de opinião que busquem servir à cidade. Não obstante, é também um jornal precisa viabilizar-se economicamente.
Numa economia municipal incipiente como dito acima, há longos anos afetada por problemas políticos e de gestão, todo empreendimento deve matar um leão a cada dia para sobreviver. Ou, talvez, o próprio empreendedor é que tenha de transformar-se num animal de sete vidas. Como o Wile Coiote no desenho do Papa Léguas, perseguindo o ideal sonhado numa caçada inglória e interminável. Há que bolar engenhocas, inventar mil maneiras de alcançar o objetivo. Sobreviver a quedas abismais, a dezenas de bigornas, dinamites e tantos outros artefatos temerários a esmagar, impiedosos, nossas cabeças de coiotes obstinados.
Os negócios em Leopoldina passam, de fato, por tempos penosos. Uma anunciante deste jornal, proprietária de boutique no Shopping Lac, nos conta que seu faturamento bruto na véspera do dia dos namorados, este ano, foi de oito reais! Quem sobrevive a tão aguda anemia mercantil?
Mas gostamos do que fazemos e é bom quando se gosta do que faz. Elaborar e melhorar, sempre, este Jornal é uma alegria da qual já não saberíamos abrir mão. É importante dotar Leopoldina de um periódico de circulação regular, ininterrupta e pontual, duas vezes ao mês, sempre nos dias 1º e 16.
Obrigado, amigos, pelos seis anos de convivência. Boa leitura.
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(Publicado no jornal LEOPOLDINENSE)
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