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quinta-feira, 4 de março de 2010

Paulino Augusto Rodrigues


Foto: Paulino Augusto Rodrigues - Acervo de Nelito Barbosa Rodrigues

Nono filho de João Rodrigues da Silva e de Mariana de Moraes, nascido aos 14 de dezembro de 1870, Paulino Augusto Rodrigues é um dos patriarcas da família Rodrigues, de Leopoldina.

Nasceu no “Sítio Puris”, Bairro da Onça, de sua propriedade hereditária, histórica propriedade desmembrada da “Fazenda da Onça”, que veio a transferir, em 23 de abril de 1909, para seu irmão Antonio Augusto Rodrigues.

Casou-se, Paulino, aos 21 de fevereiro de 1891, com Umbelina Cândida Rodrigues, sua prima pelo lado materno, indo morar no “Sítio Cubu”, também parte da “Fazenda da Onça”. Umbelina era a filha mais velha de Maria Carolina de Moraes e de Luiz José Gonzaga de Gouvêa, nascida em 11 de novembro de 1871. O casal mudou-se, depois, aos 19 de janeiro de 1901, para a “Fazenda Bela Aurora”, também conhecida como “Fazenda do Banco”.

Documentos indicam que a “Bela Aurora” pertencia, quando para ela se transferiu Paulino, ao Comendador Tobias Figueira de Melo, que a arrematara em hasta pública. Figueira de Melo, homem público e de negócios, radicado no Rio de Janeiro – que, inclusive, dá nome a uma importante rua do bairro de São Cristóvão, no Rio - acabou por vender a “Bela Aurora” a seu administrador, Paulino.

O neto de Paulino Rodrigues, Nelito Barbosa Rodrigues, pesquisando essa aquisição de seu avô, descobriu que Figueira de Melo, grande conhecedor do mercado brasileiro e mundial de exportação, previu alta vindoura para o Café e – seja por não desejar seguir na propriedade de imóvel tão distante da capital, seja por estima especial a Paulino – orientou-o a plantar uma grande lavoura cafeeira com o resultado da qual - assegurava - Paulino poderia até comprar-lhe a Fazenda... Os anos imediatamente seguintes confirmaram as previsões do Comendador, Paulino se enriqueceu com o Café e, em 1909, registrou em suas anotações pessoais:

“Escritura da Fazenda Bela Aurora, foi passada em 23 de dezembro de 1909, por $40.000,000 e a escritura foi por $4.410,000, os registros por $3.190,000. Pelo Tabelião Constantino Thomas de Oliveira.” (Cópia literal)

Do livro “Machado e Rodrigues”, de José Luiz M. Rodrigues, pag. 33/34, extraímos o seguinte trecho:

“Durante toda a vida, Paulino foi sempre apoio e elo de integração da família Rodrigues. Hoje, tem seu nome homenageado em logradouro público em Leopoldina, no bairro do Rosário, rua que liga a rua Dr. Ormeo Junqueira Botelho à rua Paulo Afonso de Matos. Sobre sua fazenda “Bela Aurora”, é de se registrar a nota do jornal “Irradiação”, órgão do Partido Republicano de Leopoldina, de 14 de novembro de 1888, que talvez esclareça a origem do nome pelo qual passou a ser conhecida, como “Fazenda do Banco”. O texto dá notícia da existência de processo de autoria do Banco do Brasil, contra os réus, Venâncio José D’Almeida Costa e sua mulher, proprietários anteriores, e torna público o seqüesto judicial da ‘Fazenda Bela Aurora’, pertencente aos réus.”

Paulino Rodrigues era tido como “capitalista”, sendo esta a forma como a ele se refere Mário de Freitas em seu livro, “Leopoldina do Meu Tempo”. Possivelmente por possuir, além da fazenda, várias casas em Leopoldina, construídas por sua iniciativa, a grande maioria delas nas imediações da Igreja do Rosário. Consta ter ostentado comenda de “Capitão” da Guarda Nacional. Foi Juiz de Paz e Delegado de Polícia substituto.

Sua primeira esposa, Umbelina, faleceu aos 6 de julho de 1919, depois de dar-lhe 14 filhos, a saber: Nelsina Rodrigues Barbosa; Theodomiro Augusto Rodrigues; Theodolino Augusto Rodrigues; Leodwirge Augusta Rodrigues; Laudelina Augusta Rodrigues; Altemiro Augusto Rodrigues; Arlindo Augusto Rodrigues; Nestor Augusto Rodrigues; Maria Augusta Rodrigues; Deocleciano Augusto Rodrigues; Odette Rodrigues Pires; Manoel Augusto Rodrigues; Maria da Glória Rodrigues Junqueira e Luiz Augusto Rodrigues.

Em segundas núpcias Paulino casou-se com Maria José Lacerda Rodrigues (Zezeca), deste matrimônio nascendo mais dois filhos: Aparecida Rodrigues Lacerda e Geraldo Rodrigues Lacerda.

Zezeca era filha de José Romão Tavares de Lacerda e Luíza Augusta de Lacerda, neta, portanto, de Romão Pinheiro Corrêa de Lacerda, um dos fundadores de Leopoldina, segundo anotações do historiador Mauro de Almeida Pereira, em artigo para o Jornal Equipe, de 31 de dezembro de 1990.

“Tio Paulino”, assim chamado por seus inúmeros sobrinhos, segundo memória dos que o conheceram foi homem de alguns recursos mas que jamais ostentou riqueza. Adotava um padrão de vida simples e despojado que a todos cativava. Extremamente carinhoso e prestativo, estava sempre disponível para ajudar quem dele precisasse, numa doença ou numa circunstância menos favorável.

Cultivava amizades, era alegre e extrovertido, mantendo sua casa da cidade de portas abertas aos parentes vindos da roça, para tratamento de saúde ou mesmo a passeio. Esse dom da comunicabilidade, da simpatia e sua vocação prestimosa, Paulino Rodrigues a transmitiu aos filhos, sendo característica familiar que se confirma a cada nova geração de netos e bisnetos seus.

Paulino Augusto Rodrigues faleceu no dia 19 de setembro de 1947, aos 76 anos, deixando 411 descendentes diretos (não incluídos cônjuges), havendo constituído, sem dúvida, uma das maiores e das mais unidas famílias de Leopoldina.
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2 comentários:

  1. Meu avô! Q grata surpresa em deparar com esta biografia. Mto feliz mesmo! Sou filha do Deocleciano, mais conhecido pelo apelido de Dió.

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  2. Oi Regina. Conheci muito seu pai, Dió. E sou muito amigo de sua irmã, Dorinha. Apareça sempre.

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