Foto: Rua Ribeiro Junqueira, vendo-se o Hospital ao fundo, no alto.
(Publicado na Gazeta de Leopoldina de 31.08.2002)
HOSPITAL – As últimas semanas foram quentes, com celeumas envolvendo a Casa de Caridade Leopoldinense. Para causar um certo impacto na sociedade, que levasse as pessoas a ajudar o Hospital em sua crônica carência de recursos, o Provedor José Valverde Alves, há 8 meses no cargo, chamou Clubes de Serviços e pessoas para socorrerem o Hospital e levou as contas do PS ao Ministério Público, ameaçando fechá-lo se a municipalidade continuar omissa, segundo entende o Provedor, em suas obrigação de arcar com as despesas de manutenção do Pronto Socorro, que é municipal.
PROBLEMA É ANTIGO E GERAL- Em todo o país os Hospitais Filantrópicos trabalham no vermelho porque desaba em cima deles a conta da Saúde Pública nacional. A constituição de 1988, ao estabelecer que todo brasileiro tem direito à saúde, omitiu-se simplesmente quanto à indizível massa de recursos que a proposta demandava. Como não somos a Suécia, o SUS foi concebido com tabelas e limites que não indenizam os custos da maioria dos tratamentos. E é aí que os Hospitais conveniados se arrebentam.
PREFEITURA TEM QUE LEVAR EMBORA SEU PRONTO SOCORRO – O início de qualquer medida saneadora do Hospital há de começar por livrá-lo imediatamente do Pronto Socorro Municipal. Havia um Convênio através do qual o Hospital mantinha o PS para a Prefeitura. Acabou, estávencido, está denunciado. Mas a Prefeitura insiste em não tomar o PS de volta e em não firmar novo Convênio que a obrigue a arcar com os prejuízos do Pronto Socorro. É mais cômodo deixar que o Hospital se arrebente. Só o Ministério Público, só a Justiça poderá, agora, salvar o interesse público dos leopoldinenses humildes, mantendo vivo o Hospital e OBRIGANDO A PREFEITURA A ASSUMIR SEU PRONTO SOCORRO. A Casa de Caridade tem como adaptar seus procedimentos internos aos limites orçamentários do SUS, e sobreviver, mas não tem como fazer isto com relação ao Pronto Socorro, cuja demanda por socorro gratuito é ilimitada, sendo por isso mesmo obrigação legal da Municipalidade e não de uma Instituição Privada.
É PRECISO BOA-FÉ – Leopoldina precisa que todos entendam a necessidade de preservar este Hospital, que é o único que temos. De preferência com o apoio e o envolvimento das autoridades locais que são, pela lei, os gestores da saúde no município. Jamais se repetindo o triste espetáculo de vermos autoridade política assumir os microfones das duas emissoras locais para fazer discurso de palanque, politizando o que não é para politizar, iludindo a boa-fé da população ao procurar demonstrar, insistentemente, que “todos os problemas do Hospital” se resumiriam à conta de um telefone celular usado pelo Administrador Hospitalar, Sr. Antonio Carlos.
O TAL CELULAR – Por tratar-se de assunto sensível a canalhices, a conta do tal celular sempre foi objeto de consenso nas reuniões do Conselheiros do Hospital. Mas saiba, você leitor, porque é necessário que o Administrador do Hospital tenha um celular. Vejam: Como qualquer trabalhador, o Administrador é um celetista (CLT) obrigado, pela lei, a TRABALHAR APENAS 8 horas... Só que o Hospital fica aberto durante as 24 horas, jamais fecha. Como resolver? -Contratando três Administradores? Claro que não, ficaria muito caro e, o comando, inteiramente disperso. Mais econômico e mais coerente é assinar a carteira de APENAS UM ADMINISTRADOR, entregando-lhe um celular que o mantenha todo o tempo disponível para as urgências eventuais no socorro aos doentes.
QUAIS URGÊNCIAS? – Dezenas delas. Esta coluna anotou as principais para os leitores deduzirem outras. A qualquer hora, do dia ou da noite, o atendimento hospitalar é feito por médicos e enfermeiras, DE PLANTÃO. Só os plantões médicos são 42 plantões, portanto 42 plantonistas, semanais, no CTI, no PRONTO SOCORRO e na MATERNIDADE. Também enfermeiras e auxiliares de enfermagem, trabalham sob regime de plantões. Imagine você: somando médicos e enfermeiras são mais de 100 profissionais... É natural que essas pessoas muitas vezes FALTEM AO SERVIÇO, se atrasem, não se sintam bem e tenham que ir embora, etc.
-Qual Chefe tem que sair em campo, imediatamente, para encontrar substituto para um desses plantonistas ausentes, seja a que hora do dia, da noite ou da madrugada for? Resposta: O Administrador. Mas, das 24 horas do dia, apenas durante 8 horas ele está no Hospital.
- Qual a maneira mais segura de encontrá-lo nas outras 16 horas? Não seria através de um celular, o qual ele tenha compromisso de MANTER LIGADO?
TEM MAIS – Chega ao Hospital doente gravíssimo ou acidentado necessitando transporte urgente para Juiz de Fora. Traumatismo craniano (Não atendido em 4 horas, morre).
O transporte de doentes é obrigação da Prefeitura. Mas, na prática cotidiana, quem é chamado às pressas para “inventar” uma ambulância que não esteja quebrada (as da Prefeitura sempre estiveram, só agora melhorou), localizar um motorista e viabilizar imediata remoção, a qualquer hora do dia, da noite ou da madrugada? De novo, só existirá uma pessoa: o Administrador, com seu celular salvador de vidas.
MAS CONTINUE PENSANDO - Deu pane no oxigênio às três da manhã; o respirador de um leito do CTI enguiçou e os outros estão ocupados; ventou forte e destelhou a enfermaria da parte antiga; no PS um “abdome agudo” ou um esfaqueado precisa cirurgião urgente, que a telefonista não localiza... – Quem interrompe o sono e parte para procurar médico operador nas cidades vizinhas? Ele, o Administrador!
Gente, o prefeito-médico que conhece o problema como a palma de sua mão, e vai para uma emissora de rádio fingir que desconhece, está descompromissado com a verdade.
UMA OPINIÃO BEM FUNDAMENTADA – Em alguns artigos publicados nesta Gazeta o Provedor anterior, José do Carmo Rodrigues, que redige estas notas, sempre deixou claro que o Hospital é deficitário. Acumula todos os meses um saldo negativo de cerca de R$22.000,00. Logo, é nesta proporção que a dívida da CCL aumenta inapelavelmente. Por isto o Hospital não consegue sobreviver sem ajuda da sociedade, através de leilões, doações, rifas, etc.
Do contrário vem a pressão irresistível de fornecedores, corte nos fornecimentos, falta de remédio, filmes, soro, oxigênio... Sobretudo, entende o ex-Provedor, que é preciso dinamizar o Plano Sócio Contribuinte, pois foi esse Plano que permitiu ao Hospital chegar, em dezembro de 2001, ao limite de 34% de internações particulares e de convênios, conforme balancete nesta Gazeta em número de Janeiro/2002.
OS RODRIGUES – A coluna registra o encontro da família Rodrigues, a 27 de julho último, no Sítio Puris. Foi a 8ª Reunião tri-anual dos descendentes de Antonio Augusto Rodrigues (Totônio Rodrigues), falecido em 1941, e sua esposa, Maria Antônia de Oliveira Rodrigues, a que compareceram mais de 200 pessoas, procedentes de diversos Estados da Federação. Uma bela festa de congraçamento familiar que teve início às 8 horas do Sábado, 27, com Missa celebrada na Capelinha de Santo Antonio da Onça pelo padre Pedro, do Rosário, prolongando-se até a manhã do domingo, com atrações as mais diversas para adultos e crianças. Aos sete ramos da família, os “Machado Rodrigues”, os “Godinho Rodrigues”, os “Rodrigues Netto”, os “Rodrigues Monteiro”, os “Rodrigues Machado”, os “Oliveira Rodrigues” e os “Rodrigues Lima”, voltem sempre.
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