Setembro, 2009
O fenômeno da globalização,
que alguns preferem aludir como mundialização, pode ser entendido como a
integração entre as nações do globo nas áreas, econômica, comercial, cultural,
política, filosófica, humanística etc.
Podemos imaginar a antítese desse acontecimento na Roma antiga, onde os povos externos eram considerados bárbaros, na acepção excludente do vocábulo, sem quaisquer direitos ou perspectiva de inclusão social na sociedade intra muros.
No mundo moderno, ao contrário, a sociedade humana evoluiu para a atenuação das fronteiras, para uma interação quase que total entre os povos, numa constante troca de relações, de experiências e de interesses.
É no campo econômico onde, hoje, mais repercutem essas ações integradas, na unificação dos países em blocos econômicos, como é o caso da União Europeia, que através do Tratado de Mastrich, unificou toda a Europa, criando a moeda única, o Euro, com curso em quase todos os países da Europa Ocidental.
Essa unificação econômica
materializou um velho sonho de uma Europa unida, de forma a poder negociar em
bloco com outros países de economia forte, sobretudo Estados Unidos, aumentando
assim o poder de barganha de países pequenos, antes, sem condições mínimas de
impor preços no jogo das trocas.
A Grécia, por exemplo, um país de economia diminuta, negocia hoje num bloco do qual fazem parte a poderosa Alemanha (terceira economia do mundo), a França e a Inglaterra.
Inegavelmente, com a associação econômica das nações, passa a haver, também, uma crescente integração de suas culturas, com assimilação de hábitos, de usos e costumes, comunicabilidade linguística, ideológica, sociológica etc. Caminhamos, sem dúvida, para um mundo cada vez mais parecido, mais aproximado e permeável.
É fato corriqueiro que não há lugar no planeta, hoje, onde não se encontre determinadas marcas de refrigerante e de pratos tradicionais dos mais diferentes países. A pizza italiana é apreciada e servida em todo o mundo; os ternos de corte inglês vestem os executivos dos países civilizados; as calças jeans, de origem americana, tornou-se vestimenta planetária, e assim por diante.
Na música popular, um grande astro do rock que surja em qualquer país é, de repente, consumido em todas as latitudes. No cinema, na televisão (as novelas brasileiras ganharam o mundo), nos esportes (os grandes clubes europeus são conhecidos e têm torcedores por toda parte). Os grandes atletas, de todas as modalidades esportivas, são globalmente aclamados.
Reflexos inegáveis da
mundialização das culturas.
Discute-se bastante os prós e os contra do fenômeno. É verdade que, no campo econômico, não se afastou de todo a tendência de que as economias mais fortes prevaleçam em desfavor das mais fracas. Mas é inegável também que, ao introduzirem seus bens de consumo nos mercados emergentes, as economias industrializadas, se por um lado geram problemas de desemprego e dificuldades competitivas para as empresas nacionais, por outro favorecem o avanço tecnológico e a fruição de um nível mais elevado no bem estar social.
Também os chamados fluxos de capitais que chegaram a aterrorizar economias menos sólidas, com o vai-e-vem especulativo das oportunidades dispersas pelo mundo em bolsas globalizadas e unidas pela chamada grande rede, eles se tornaram indispensáveis às próprias economias que desestabilizam.
Tudo a mostrar que, apesar dos problemas, a globalização é um fenômeno sem volta. Os países têm que se adaptar a ela, corrigindo distorções na certeza de sua inevitabilidade. Ela parece deitar raízes no espírito gregário da pessoa humana.
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(Publicada no Jornal LEOPOLDINENSE – de Leopoldina, MG)
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