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Maio, 2006
Nada mais desejável do que residir numa cidade onde se disponha de todos os recursos tecnológicos na área de saúde. Nessa ordem de idéias, tudo o que puder ser adquirido para equipar nosso Hospital, Clínicas, Consultórios Médicos, etc., é mais do que bem-vindo.
Esta é uma realidade que prevaleceria absoluta se, paralelamente, não se impusesse uma outra que se revela avassaladora: A VIABILIDADE. Ou seja, não adianta gastar-se dinheiro com o que é desejável quando o desejável não é viável. Qualquer administrador com alguma experiência sabe disto, até por intuição. Dito isto, gostaríamos de falar diretamente do Tomógrafo da Casa de Caridade Leopoldinense.
É claro que Leopoldina, por onde passa a BR-116, uma Rodovia Federal de alto tráfego e muitos acidentes precisaria dispor de um Hospital modernamente equipado para atender a acidentados em todos os graus, principalmente vítimas de traumatismo craniano, cuja urgência cirúrgica quase sempre equivale à própria chance de salvamento de vidas. E a excelência na área neurológica começa pela existência de um Tomógrafo. Nada há de errado, portanto, em desejarmos possuir um Tomógrafo na CCL.
Naturalmente, todavia, a propriedade e operacionalização deste sofisticado e caríssimo aparelho implica em despesas que precisam estar equacionadas. Há que contratar médico radiologista, especializado na emissão dos Laudos Tomográficos e há que contratar técnico radiologista especializado em operar Tomógrafo.
Mas isto ainda não é tudo. Pouco adiantam os laudos tomográficos se não houver neurologista que os possa avaliar e neurocirurgião, combinado com a existência de um Centro Cirúrgico devidamente equipado para cirurgia de maior complexidade, nos casos em que houver indicação de cirurgia neurológica.
Juntando-se a tudo isto os recursos financeiros que tal aparato demanda - disponibilidade de verbas consideráveis para a manutenção do sofisticado aparelho - a conclusão a que se chega é que a CCL simplesmente não tem como manter um Tomógrafo. Ele poderá levar o Hospital à ruína.
Um Hospital que nem sempre tem “caixa” para antibióticos e ataduras não tem condições mínimas de bancar a operação de um Tomógrafo, numa cidade onde não há “escala” de utilização compatível com o custo operacional do aparelho. Sem o credenciamento do SUS que, seguramente, não será solução, pior ainda.
Bem exemplificando, é como se, de uma hora para outra, alguém resolvesse adquirir um Boeing 747 (Jumbo), seus 580 lugares, para fazer vôos diários Leopoldina/Rio/Leopoldina. Seria uma maravilha! Faríamos a viagem em 16 minutos. Exatamente a soma dos 8 minutos da decolagem com os 8 minutos da aterrissagem.
– Quem não deseja que isto um dia ocorra? Todos desejamos. Só que ainda não há viabilidade. Infelizmente não temos demanda de passageiros que financie os custos operacionais daquela gigantesca aeronave. O Tomógrafo não chega a ser um Jumbo. Mas para que ele funcione alguém terá que dar a mão ao Hospital. Caso contrário o aparelho chegará à obsolescência PARADO por falta de reposição de peças e – o que é pior – levará nosso Hospital à total inadimplência.
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(Publicado no jornal LEOPOLDINENSE de maio de 2006)
Maio, 2006
Nada mais desejável do que residir numa cidade onde se disponha de todos os recursos tecnológicos na área de saúde. Nessa ordem de idéias, tudo o que puder ser adquirido para equipar nosso Hospital, Clínicas, Consultórios Médicos, etc., é mais do que bem-vindo.
Esta é uma realidade que prevaleceria absoluta se, paralelamente, não se impusesse uma outra que se revela avassaladora: A VIABILIDADE. Ou seja, não adianta gastar-se dinheiro com o que é desejável quando o desejável não é viável. Qualquer administrador com alguma experiência sabe disto, até por intuição. Dito isto, gostaríamos de falar diretamente do Tomógrafo da Casa de Caridade Leopoldinense.
É claro que Leopoldina, por onde passa a BR-116, uma Rodovia Federal de alto tráfego e muitos acidentes precisaria dispor de um Hospital modernamente equipado para atender a acidentados em todos os graus, principalmente vítimas de traumatismo craniano, cuja urgência cirúrgica quase sempre equivale à própria chance de salvamento de vidas. E a excelência na área neurológica começa pela existência de um Tomógrafo. Nada há de errado, portanto, em desejarmos possuir um Tomógrafo na CCL.
Naturalmente, todavia, a propriedade e operacionalização deste sofisticado e caríssimo aparelho implica em despesas que precisam estar equacionadas. Há que contratar médico radiologista, especializado na emissão dos Laudos Tomográficos e há que contratar técnico radiologista especializado em operar Tomógrafo.
Mas isto ainda não é tudo. Pouco adiantam os laudos tomográficos se não houver neurologista que os possa avaliar e neurocirurgião, combinado com a existência de um Centro Cirúrgico devidamente equipado para cirurgia de maior complexidade, nos casos em que houver indicação de cirurgia neurológica.
Juntando-se a tudo isto os recursos financeiros que tal aparato demanda - disponibilidade de verbas consideráveis para a manutenção do sofisticado aparelho - a conclusão a que se chega é que a CCL simplesmente não tem como manter um Tomógrafo. Ele poderá levar o Hospital à ruína.
Um Hospital que nem sempre tem “caixa” para antibióticos e ataduras não tem condições mínimas de bancar a operação de um Tomógrafo, numa cidade onde não há “escala” de utilização compatível com o custo operacional do aparelho. Sem o credenciamento do SUS que, seguramente, não será solução, pior ainda.
Bem exemplificando, é como se, de uma hora para outra, alguém resolvesse adquirir um Boeing 747 (Jumbo), seus 580 lugares, para fazer vôos diários Leopoldina/Rio/Leopoldina. Seria uma maravilha! Faríamos a viagem em 16 minutos. Exatamente a soma dos 8 minutos da decolagem com os 8 minutos da aterrissagem.
– Quem não deseja que isto um dia ocorra? Todos desejamos. Só que ainda não há viabilidade. Infelizmente não temos demanda de passageiros que financie os custos operacionais daquela gigantesca aeronave. O Tomógrafo não chega a ser um Jumbo. Mas para que ele funcione alguém terá que dar a mão ao Hospital. Caso contrário o aparelho chegará à obsolescência PARADO por falta de reposição de peças e – o que é pior – levará nosso Hospital à total inadimplência.
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(Publicado no jornal LEOPOLDINENSE de maio de 2006)
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