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Janeiro, 2011
Meu amigo Luiz Otávio Meneghite torna-se um sexagenário aos cinco de janeiro de 2011. Como sou versado no “assunto”, pois já alcancei esse marco há tempos, não digo que seja uma má idade. São consideráveis as conquistas preciosas a tal altura da vida. Principalmente no campo das experiências, se não somos desatentos ao mundo que nos rodeia.
Um pouco contraditório, no caso, é esse prefixo “sex”, que em “sexagenário” traduz apenas o número “seis”, mas nunca escapa à sugestão de “sexo”, em português, ou “sex” em inglês, noção um tanto ou quanto irônica a partir dessa tal idade, em qualquer idioma... Ainda bem que varia um pouco de pessoa para pessoa, concedendo certa vantagem aos de vida regrada, como no caso do caricato personagem do Chico Anísio, o futebolista “Qualhada”, que sempre defendia sua “boa forma” física com o refrão: - Não bebo, não fumo, se pópo...
Mas eu não desperdiço a honra do convite da família Meneghite, para comparecer a este caderno especial, apenas para brincar com meu amigo aniversariante. Quero, também, falar muito sério de nossa amizade e de uma vitória.
Quando cheguei de volta a Leopoldina, na segunda metade dos anos 90 - fissurado em jornalismo com sempre fui - minha primeira atenção foi para a “Gazeta de Leopoldina”.
Lá estava o Luiz Otávio no comando. Por aqueles tempos nossa “tradicional folha informativa” passava por uma excelente fase, sob condução desse destacado jornalista. Falo da qualidade dos conteúdos do jornal, da regularidade, do grande número de assinantes e de leitores avulsos adquirindo o jornal nas bancas e, como conseqüência natural, anunciantes. Ou seja, o Luiz Otávio produzia um jornal à altura das tradições de Leopoldina. Mais importante ainda, um jornal que a cidade estava lendo.
Ora, nada melhor para a classe política que dispor de um jornal que é lido. O olho grande dos “meninos” cresceu para cima da Gazeta. Os caras nunca tinham feito outra coisa na vida que não fosse panfleto bissexto de vésperas de eleição. Papeluchos de espalhar nas ruas com a ajuda do vento! Não deu outra: mexeram de um lado, mexeram do outro e tiraram a Gazeta das mãos do Luiz Otávio.
Na ocasião, delicadamente, tentamos fazer ver que aquilo era um erro. Eles iriam perder um trabalho árduo de recuperação da Gazeta, já que não existia, em Leopoldina, alguém com o tutano do Luiz Otávio para manter a qualidade alcançada pelo jornal. Fiz até uma crônica intitulada “A Gazeta é uma Flauta”, comparando-a com uma flautinha do Altamiro Carrilho que certo fazendeiro simplório, hipnotizado pela música do mestre, teria comprado a peso de ouro na ilusão ingênua de poder extrair dela as mesmas notas com que Altamiro o encantava.
Inútil! Como quem degola uma galinha de ovos de ouro, subtraíram a Gazeta ao Luiz Otávio e –dentro do previsto – por incompetência, desamor e burrice, acabaram com ela. Leopoldina perdia o mais antigo jornal do interior brasileiro, ainda em circulação. Um prejuízo histórico!
O mal veio, entretanto, para o bem. Foi quando tive a honra de ser útil à minha cidade, criando com o Luiz Otávio, em meu escritório da Rua Barão de Cotegipe, 52, o jornal LEOPOLDINENSE. Pensamos juntos: a “Gazeta” irá continuar. Só precisamos de outra denominação para ela. Quem pensar que foi tranqüilo, engana-se. Passaram a pipocar ações na justiça de Leopoldina (uns oito processos) tentando fazer o Luiz Otávio desistir de jornalismo limpo na cidade. Perderam todas as demandas já em primeira instância. Serviu para os idiotas criarem vergonha na “palhaça” e se recolheram à própria subalternidade.
O resultado de todo essa luta aí está. Um jornal bem feito, correto, vigilante e conforme à lei, exercendo o papel que cabe à imprensa livre desempenhar numa sociedade moderna. É claro que não consegue agradar à banda podre da política. Sentem-se incomodados. Infelizmente para eles, jornal foi feito para informar, instruir, fiscalizar – nunca para esconder e falsear a verdade. Em sua nobre missão o jornal do Luiz Otávio tem cumprido o seu papel. Seja em sua versão escrita, seja na versão online.
Por isto, nos 60 anos deste bravo e competente jornalista leopoldinense compareço com meu abraço de leitor entusiasmado com seu trabalho, de cidadão comum e sabidamente inexpressivo em minha terra, mas cheio de esperança nas possibilidades deste pedacinho de chão em que nascemos, vivemos e buscamos o melhor para nossa gente. Parabéns nos seus sessenta, pelos bons serviços prestados a Leopoldina, companheiro e jornalista emérito, Luiz Otávio Meneghite.
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(Publicado no Suplemento do jornal LEOPOLDINENSE de 01.01.2011)
Janeiro, 2011
Meu amigo Luiz Otávio Meneghite torna-se um sexagenário aos cinco de janeiro de 2011. Como sou versado no “assunto”, pois já alcancei esse marco há tempos, não digo que seja uma má idade. São consideráveis as conquistas preciosas a tal altura da vida. Principalmente no campo das experiências, se não somos desatentos ao mundo que nos rodeia.
Um pouco contraditório, no caso, é esse prefixo “sex”, que em “sexagenário” traduz apenas o número “seis”, mas nunca escapa à sugestão de “sexo”, em português, ou “sex” em inglês, noção um tanto ou quanto irônica a partir dessa tal idade, em qualquer idioma... Ainda bem que varia um pouco de pessoa para pessoa, concedendo certa vantagem aos de vida regrada, como no caso do caricato personagem do Chico Anísio, o futebolista “Qualhada”, que sempre defendia sua “boa forma” física com o refrão: - Não bebo, não fumo, se pópo...
Mas eu não desperdiço a honra do convite da família Meneghite, para comparecer a este caderno especial, apenas para brincar com meu amigo aniversariante. Quero, também, falar muito sério de nossa amizade e de uma vitória.
Quando cheguei de volta a Leopoldina, na segunda metade dos anos 90 - fissurado em jornalismo com sempre fui - minha primeira atenção foi para a “Gazeta de Leopoldina”.
Lá estava o Luiz Otávio no comando. Por aqueles tempos nossa “tradicional folha informativa” passava por uma excelente fase, sob condução desse destacado jornalista. Falo da qualidade dos conteúdos do jornal, da regularidade, do grande número de assinantes e de leitores avulsos adquirindo o jornal nas bancas e, como conseqüência natural, anunciantes. Ou seja, o Luiz Otávio produzia um jornal à altura das tradições de Leopoldina. Mais importante ainda, um jornal que a cidade estava lendo.
Ora, nada melhor para a classe política que dispor de um jornal que é lido. O olho grande dos “meninos” cresceu para cima da Gazeta. Os caras nunca tinham feito outra coisa na vida que não fosse panfleto bissexto de vésperas de eleição. Papeluchos de espalhar nas ruas com a ajuda do vento! Não deu outra: mexeram de um lado, mexeram do outro e tiraram a Gazeta das mãos do Luiz Otávio.
Na ocasião, delicadamente, tentamos fazer ver que aquilo era um erro. Eles iriam perder um trabalho árduo de recuperação da Gazeta, já que não existia, em Leopoldina, alguém com o tutano do Luiz Otávio para manter a qualidade alcançada pelo jornal. Fiz até uma crônica intitulada “A Gazeta é uma Flauta”, comparando-a com uma flautinha do Altamiro Carrilho que certo fazendeiro simplório, hipnotizado pela música do mestre, teria comprado a peso de ouro na ilusão ingênua de poder extrair dela as mesmas notas com que Altamiro o encantava.
Inútil! Como quem degola uma galinha de ovos de ouro, subtraíram a Gazeta ao Luiz Otávio e –dentro do previsto – por incompetência, desamor e burrice, acabaram com ela. Leopoldina perdia o mais antigo jornal do interior brasileiro, ainda em circulação. Um prejuízo histórico!
O mal veio, entretanto, para o bem. Foi quando tive a honra de ser útil à minha cidade, criando com o Luiz Otávio, em meu escritório da Rua Barão de Cotegipe, 52, o jornal LEOPOLDINENSE. Pensamos juntos: a “Gazeta” irá continuar. Só precisamos de outra denominação para ela. Quem pensar que foi tranqüilo, engana-se. Passaram a pipocar ações na justiça de Leopoldina (uns oito processos) tentando fazer o Luiz Otávio desistir de jornalismo limpo na cidade. Perderam todas as demandas já em primeira instância. Serviu para os idiotas criarem vergonha na “palhaça” e se recolheram à própria subalternidade.
O resultado de todo essa luta aí está. Um jornal bem feito, correto, vigilante e conforme à lei, exercendo o papel que cabe à imprensa livre desempenhar numa sociedade moderna. É claro que não consegue agradar à banda podre da política. Sentem-se incomodados. Infelizmente para eles, jornal foi feito para informar, instruir, fiscalizar – nunca para esconder e falsear a verdade. Em sua nobre missão o jornal do Luiz Otávio tem cumprido o seu papel. Seja em sua versão escrita, seja na versão online.
Por isto, nos 60 anos deste bravo e competente jornalista leopoldinense compareço com meu abraço de leitor entusiasmado com seu trabalho, de cidadão comum e sabidamente inexpressivo em minha terra, mas cheio de esperança nas possibilidades deste pedacinho de chão em que nascemos, vivemos e buscamos o melhor para nossa gente. Parabéns nos seus sessenta, pelos bons serviços prestados a Leopoldina, companheiro e jornalista emérito, Luiz Otávio Meneghite.
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(Publicado no Suplemento do jornal LEOPOLDINENSE de 01.01.2011)
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