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Quem se
dispõe a ser Prefeito de uma cidade já deve ter feito, pelo menos em tese, uma
avaliação das principais necessidades da população, podendo (também em tese)
dispensar opiniões de terceiros.
Sendo, porém, a Cidade, um bem que a todos
pertence inegável se torna o direito, que também a todos assiste, de manifestar
opinião segundo o ponto do pescoço onde a corda mais aperta.
Em primeiro
lugar, penso que um bom Prefeito será o que vier a aplicar corretamente o
dinheiro destinado à saúde. É na área da saúde que mais se tem errado em
Leopoldina. Precisamos acabar, de uma vez por todas, com a falsa convicção de
que o povo terá assistência médica condigna se o Prefeito investir na
construção de prédios; aquelas obras inauguráveis com Banda de Música,
foguetório em causa própria e fitinha pra cortar com tesoura. E tome discurso
em “rosca sem fim” pra manifestar gratidão a “a”, a “b”, a “c”... a “y”. Sempre aquele rosário de agradecimentos...
Quando o
Prefeito sai por aí defendendo a “construção” disto e daquilo para “levar saúde
à população”, começa a piscar um led
em minha cinzenta a denunciar que ele está enganado ou está tentando enganar. Não faltam
prédios à cidade e o mais econômico é alugá-los. Perguntem aos Bancos,
perguntem às lojas de franchising, se eles preferem construir ou alugar.
Investir
corretamente na saúde de Leopoldina significa, hoje (e ontem já significava),
equipar o Hospital e dar condições dignas de trabalho aos médicos e aos demais
profissionais. Inclusive remunerando-os de maneira adequada, quando menos para
que tenham condições de oferecer respaldo técnico-especializado ao Pronto
Atendimento. Coisa que nunca tivemos!
Passa, a meu ver, pela saúde a grande e a maior
deficiência administrativa de Leopoldina.
Secundariamente,
o transtorno mais notável está no trânsito. Problema, aliás, que nem é exclusivo
de nossa cidade. O país, talvez todo o mundo civilizado, vem colocando nas
ruas mais carros do que nelas cabem. O governo baixa e até suprime impostos
para “segurar as vendas” do automóvel, garantindo empregos na indústria e paz
social. Mas é claro que estamos caminhamos para o impasse: muito brevemente os
carros não mais conseguirão sair das garagens. Nas grandes cidades eles ainda
saem, mas quase já não conseguem trafegar. É o entupimento geral, o infarto das vias
públicas.
A solução,
ainda que provisória, só pode estar no transporte público. Leopoldina é cidade
de muitas ruas estreitas a reclamar ordenação melhor para o trânsito, proibição
dele em certas ruas e restrição a veículos grandes (ônibus e caminhões) em pontos
críticos. Não entra na cabeça de ninguém que um baú Mercedão possa fazer
entrega na Rua Tiradentes às duas da tarde... Já viram o tamanho do caminhão que entrega colchões?
Não custa
rever, também, a sinalização urbana e ir corrigindo, aos pouco, as mil e uma
irregularidades do calçamento. É urgente ensinar à área técnica da COPASA, ou de
suas terceirizadas, como recompor com responsabilidade e inteligência o
calçamento após a ligação de uma pena d’água: repor a terra na valeta, sem
socar, sem comprimi-la, resultará sempre em novos “baixos relevos” a infernizar
o tráfego.
Mas, por
favor, trocar paralelepípedo por asfalto, nem pensar. Asfalto polui a cidade de
poeira preta – um tormento – e aumenta muito a velocidade dos carros, com mais
perigo para pedestres, ciclistas e motoqueiros. Por enquanto, e até que nos
transformemos numa grande metrópole, com Segundo Turno e tudo, deixemos os paralelepípedos onde estão.
No mais –
como escrevo antes da abertura das urnas −
desejo um bom mandato ao nosso próximo Prefeito, seja ele quem for. Que
não lhe falte humildade para ouvir mais do que falar e, se não for pedir muito,
para aceitar a independência da Câmara e dos Conselhos Municipais.
Que ele tenha, ainda, o
bom gosto de deixar de lado o “esporte preferido” dos prefeitinhos do interior,
que é perseguir professoras e, no caso de Leopoldina, perseguir o Provedor do
Hospital.
Se a idade
já não lhe permite bater uma bolinha no Brasília ou no Moínho, tente o Pilates
ou a Hidroginástica. Faz um bem!
₪₪₪₪₪₪₪₪₪₪
(Publicada em15.10.2012 no jornal LEOPOLDINENSE)
(Publicada em15.10.2012 no jornal LEOPOLDINENSE)
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