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Um dia hei de compor uma canção suprema,
De verter raios de sol pelas palavras
E tisnar os instrumentos
Com arenito dos astros.
Uma canção de ouvir em noites cálidas,
Na intimidade dos anelos mais gratos
e das lucubrações silenciosas.
Portadora de harmonia soberana
E acordes de empréstimo
Às criaturinhas delicadas da natureza,
aos pássaros cantores
E aos pequeninos insetos trinantes.
Uma serenata de aguçar o brilho sutil
nos olhos espantados
Dos répteis
E das aves noturnas.
Que toque de muito perto a santidade dos projetos divinos,
Aqueles em que Deus haja infundido os mais claros
Sinais de Sua precedência.
Excelsos acordes que ouvidos humanos jamais alcançaram
Hão de comover, no céu, o próprio Menino Deus e Santa Terezinha de Lisieux,
Mãe de humildade e doutora da Igreja.
Mãe de humildade e doutora da Igreja.
Acordes sob os quais se reunirão os anjos
E as almas que se salvaram pela música.
Uma canção em razão da qual todos venham a pedir silêncio,
Todos... sem exceção e sem qualquer aviso
De que eu a compus, exclusivamente, para você,
Mulher.
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(1985)
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